Justiça bloqueia bens de líder da "igreja da
maconha", em Americana (SP)
Por Eduardo Schiavoni
A Justiça de Americana (127 km de São Paulo) decretou o
sequestro dos bens de Geraldo Antonio Baptista, o Geraldinho Rastafári, 53, líder
da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, conhecida como
"igreja da maconha". Ele foi preso em agosto sob a acusação de
tráfico de drogas. Com a medida, os bens do líder religioso não podem ser
vendidos até que o julgamento dele ocorra pela Justiça.
A medida inclui o imóvel que é sede da Igreja, no bairro
Praia dos Namorados, em Americana. Segundo Marlene Martins, mulher de
Geraldinho e uma das responsáveis pela igreja no período em que ele está preso,
a medida não tem alterado, no entanto, a rotina de cultos.
"Perdemos nossa liderança, então o movimento cai um
pouco. Muitos universitários, principalmente, ficaram com receio após a prisão.
Mas continuamos funcionando normalmente", disse. Procurado, o Ministério
Público não se pronunciou sobre o caso.
A próxima audiência do caso está marcada para o dia 17 de
janeiro, segundo informações do Fórum de Americana. Geraldinho foi preso em
flagrante, em 15 de agosto do ano passado, quando foram encontrados 37 pés de
maconha em sua casa.
Na ocasião, dois jovens de 18 anos foram presos e um
adolescente foi apreendido. Ele afirmou que a planta é cultivada para uso
religioso, o que é permitido pela legislação brasileira, e consumida apenas em
ocasiões de culto, mas acabou sendo enquadrado por tráfico.
Manifesto
À espera de julgamento, Marlene e os adeptos da "igreja
da maconha", bem como defensores da causa, têm usado a internet para
realizar uma campanha a favor da libertação de Geraldinho.
Até a tarde de hoje, mais de 3.200 pessoas já assinaram uma
petição virtual pedindo a libertação de Geraldinho. Segundo Marlene, o grupo
também pede o auxílio de entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e
CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Segundo os advogados de Geraldinho, ele irá dizer, durante o
julgamento, que a maconha pode ser usada de forma ritual nos cultos da igreja e
que, ao não permitir que isso ocorra, a Justiça desrespeitaria o item
constitucional que garante liberdade religiosa aos brasileiros.
Fonte: UOL
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