quarta-feira, março 28, 2012

Cuba, livre?



Por Guilherme Russo, no Estadão:


Enquanto o papa Bento XVI chegava a Havana, ontem, no segundo dia de sua visita a Cuba, dissidentes do país exigiam ser informados pelo governo quem era e onde estava um homem que, no dia anterior, foi agredido e detido por seguranças após ter gritado contra o regime socialista pouco antes da primeira missa rezada pelo pontífice em sua visita à ilha.

Os telefones fixos e móveis de grande parte dos opositores cubanos continuaram cortados ontem, quando, segundo os dissidentes, a onda de detenções ocorrida na parte oriental do país estendeu-se à capital.
Uma TV colombiana transmitiu imagens do homem - moreno, de meia-idade - sendo arrastado diante do altar em que Bento XVI rezaria, em Santiago de Cuba, após gritar suas críticas ao regime da ilha. O repórter afirmou que o manifestante tinha rompido dois cordões de isolamento. Pouco depois, em meio à confusão que se formou, um homem com uma camiseta com o símbolo da Cruz Vermelha deu-lhe um tapa na cara e o golpeou com uma bandeira na cabeça. O manifestante foi protegido e, depois do incidente, não foi mais visto.
“A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional não conseguiu identificar pelo nome o jovem que pronunciou slogans em favor da liberdade e contra o comunismo pouco antes de se iniciar a missa celebrada pelo papa Bento XVI”, afirmou em um comunicado a entidade, presidida pelo dissidente Elizardo Sánchez, cujos telefones estavam mudos ontem. “Até o momento, o paradeiro desta pessoa é desconhecido.”
O papa chegou a Havana por volta das 12 horas locais (10 horas em Brasília). Foi recebido pelo cardeal Jaime Ortega, autoridade máxima da Igreja Católica no país, e se encontrou com o presidente cubano, Raúl Castro, ainda ontem. Apesar de não constar do programa oficial da visita, um encontro entre o pontífice e o líder comunista Fidel Castro é esperado. Hoje, Bento XVI deverá celebrar uma missa na Praça da Revolução.
Ainda em Santiago de Cuba, após visitar o Santuário Nacional da Virgem da Caridade do Cobre na manhã de ontem, o papa afirmou que a ilha socialista está “avançando por caminhos de renovação e esperança, para o bem maior de todos os cubanos”.
“Também supliquei à Virgem Santíssima pelas necessidades dos que sofrem, dos que estão privados de liberdade, separados de seus seres queridos ou passam por graves momentos de dificuldade”, disse. “Animo todos os filhos dessa querida terra (…) a trabalhar pela justiça, a ser servidores da caridade e perseverantes em meio às provações.”
Para a cientista política dissidente Miriam Leiva “as palavras do papa não são palavras que os cubanos estão acostumados a ouvir”. “Todas as cores e todas as raças cubanas querem a reconciliação e vão às missas (de Bento XVI) demonstrar isso. Antes, se expressar religiosamente também era proibido por aqui. Os cubanos precisam exercer essa nova liberdade”, disse, condenando a retirada do manifestante durante o serviço religioso da segunda-feira e recomendando que o governo “não use a repressão neste momento”.
(…)

Ódio à flor da pele: Assassino de Tolouse, Mohamed Merah, lamentou não ter feito mais vítimas entre crianças judias.


Após matar três crianças e um professor de religião de escola judaica, o assassino, Mohamed Merah, confessou que experimentou "um prazer infinito". Por outro lado, ele só lamentau não ter matado mais crianças judias.

Para saber mais, clique aqui.

segunda-feira, março 26, 2012

Associação internacional de liberdade religiosa em defesa de Nadarkhani

IRLA decries Iran's decision to proceed with execution Pastor Yousef Nadarkhani and his wife. Feb 27, 2012 ... The International Religious Liberty Association has joined an eleventh-hour effort to focus international attention on the plight of an Iranian pastor facing imminent execution for refusing to give up his faith. Pastor Youcef Nadarkhani appears to have exhausted his avenues of legal appeal following reports last week that an Iranian Court has upheld a sentence of death for the convicted “apostate.” Attorney Dwayne Leslie, IRLA deputy secretary general and its representative on Capitol Hill, calls last week’s news “a tragic reminder of the current political and legal culture in Iran that represses religious minorities.” He says the IRLA is supporting a United States House of Representatives Resolution calling on Iran to live up to its human rights’ obligations under international law. The resolution, known as HR 556, urges the government of Iran to “exonerate and immediately release Youcef Nadarkhani and all other individuals held on account of their religion.” “Pastor Nadarkhani’s ordeal represents just one part of the vast, largely untold tragedies spawned by Iran’s apostasy laws,” says Mr. Leslie. “The right to change one’s religion based on the dictates of conscience is one of the most basic of human rights. Yet for many men and women in Iran today, the choice to depart from their country’s dominant religion can be a life or death decision.” Pastor Youcef Nadarkhani’s legal nightmare began in 2009 with his arrest for apostasy. The 34-year-old father of two was pastor of a Christian congregation in the northern city of Rasht. Key to his fate has been the question of whether he converted to Christianity as an adult, thus contravening Iran’s strict apostasy laws. During various court appearances, he has declined to renounce his Christian faith. Ultimately, the Iranian legal system has declared that Nadarkhani’s conversion to Christianity at age 19 constitutes a betrayal of his Muslim heritage. Last week, an Iranian court upheld his sentence of death by hanging—a sentence which could be carried out at any time.  IRLA secretary general Dr. John Graz lauds Pastor Nadarkhani’s courage, saying his situation “reflects the reality that there are millions of other people around the world today who are also subject to gross violations of basic human rights, and who must live and worship in constant fear for their lives.” “The IRLA is committed to being the voice for the voiceless, and to continuing the fight for freedom of conscience for all people, no matter what their faith tradition,” says Dr. Graz.  The IRLA, together with other supporters of HR 556, hope the resolution will help engage international support for Pastor Nadarkhani’s release. [Bettina Krause/IRLA]

Julio Severo: Cavalo de Tróia do século 21: lei islâmica começa ...

Julio Severo: Cavalo de Tróia do século 21: lei islâmica começa ...: Cavalo de Tróia do século 21: lei islâmica começa a imperar nas escolas e tribunais dos EUA Equipe do site Detenham o Islamismo Radical Com ...

domingo, março 25, 2012

Corte europeia permite crucifixo em escola pública



As escolas públicas dos países europeus estão liberadas para expor símbolos religiosos 
nas paredes, se assim quiserem. A Corte Europeia de Direitos Humanos decidiu, nessa 
sexta-feira (18/3), que a expressão religiosa nos Estados laicos não viola o direito de educação 
das crianças.
A decisão foi tomada na reclamação de um casal, que contestava a exposição de crucifixos
nas escolas públicas na Itália. O casal argumentava que as cruzes nas salas de aula
conflitavam com a educação que queriam dar para os filhos. Depois de perder em todas
as instâncias no Judiciário italiano, os dois resolveram apelar à corte europeia.
A posição anunciada pelo tribunal nessa sexta surpreendeu. Em novembro de 2009, 
uma das câmaras da corte europeia já tinha decretado o fim ds crucifixos nas salas de aula. 
Agora, a câmara principal, que é quem dá a última palavra, chancelou a liberdade de 
expressão religiosa nas escolas públicas. Para isso, se baseou no entendimento de que 
cabe a cada Estado decidir sobre os ambientes de estudo. À corte fica a tarefa de vigiar se 
o direito à educação está sendo respeitado
De acordo com os juízes europeus, esse direito seria violado se houvesse tentativa de 
doutrinar religiosamente os alunos, por exemplo, com aulas de cristianismo, o que não acontece 
na Itália. O tribunal também teria de interferir se houvesse alguma espécie de discriminação 
com outras religiões. Como nas escolas italianas há liberdade para os alunos exibirem símbolos 
de outras religiões, não há que se falar em discriminação. Ao decidir, a corte observou que entre 
os países europeus não existe uma unanimidade sobre a expressão religiosa em locais públicos.
Vale lembrar que, nesta semana, a polêmica dos crucifixos, mais uma vez, passou pela
Magistratura italiana. A Corte de Cassação confirmou a exoneração de um juiz que se recusava
a trabalhar enquanto as cruzes não fossem retiradas dos tribunais. Ele, agora, promete recorrer
para a Corte Europeia de Direitos Humanos.

Aline Pinheiro é correspondente da revista Consultor Jurídico na Europa.
Revista Consultor Jurídico, 19 de março de 2011

quinta-feira, março 15, 2012

Em defesa do direito universal à liberdade religiosa


Por Aldir Guedes Soriano

Lamentavelmente, mudar de religião é direito que não pode ser livremente exercido no Irã e em muitos outros países considerados fechados ou antidemocráticos. Esse direito fundamental deveria ser respeitado tanto no ocidente quanto no oriente uma vez que foi concebido pelas Nações Unidas para ser direito cogente (jus cogens), universal e transnacional. Recentemente, no entanto, o caso do iraniano Youcef Nadarkhani, condenado à pena de morte em razão de sua conversão do islamismo para o cristianismo, alcançou repercussão internacional, mobilizando defensores do direito à liberdade religiosa ao redor do mundo.

A draconiana condenação de Nadarkhani não representa apenas um caso isolado no contexto mundial. Segundo David Barrett e Todd Johnson, a cada cinco minutos um cristão é assassinado em virtude de perseguições religiosas. Cumpre ressaltar que outros segmentos religiosos também são vulneráveis, incluindo Bahai’is, judeus, muçulmanos e, até mesmo ateus, o que acentua a universalidade da causa da liberdade religiosa. Essa triste realidade reflete a intolerância religiosa como elemento ainda presente na sociedade internacional contemporânea. Por vezes, em nome do relativismo cultural, essa intolerância é institucionalizada por governos teocráticos a exemplo do que acontece no Irã. Assim, o relativismo cultural permanece como um dos maiores obstáculos à universalidade dos direitos humanos.

No caso Nadarkhani, a pena de morte pode ser aplicada a qualquer momento, porquanto, no curso do processo judicial de três anos duração, ele jamais aceitou a proposta de renunciar a nova fé em troca de liberdade ou da suspensão da pena de morte. É possível que o enforcamento já tenha ocorrido. Ainda assim é louvável o empenho da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa, presidida pela advogada Damaris Dias Kuo, a favor de Nadarkhani. A luta pela liberdade certamente não será em vão, uma vez que muitos outros podem estar em situações semelhantes, no Irã e em outros países antidemocráticos. Trata-se de caso emblemático, de repercussão internacional e que traz à tona a vulnerabilidade do direito à liberdade religiosa e o conflito entre a universalidade dos direitos humanos e o relativismo cultural.

Sensibilizado com a causa, o presidente da seccional paulista da OAB, Luiz Flávio Borges D'Urso, solicitou providências ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados. Em resposta, o presidente do Conselho Federal, Ophir Cavalcante Junior,  oficiou o Ministério das Relações Exteriores  e a Embaixada do Irã no Brasil para que providências cabíveis sejam tomadas a favor de Nadarkhani.  

A pressão internacional pode ser instrumento valioso para que os direitos humanos sejam realmente universais e respeitados ao redor de todo o globo terrestre: tanto em países ocidentais quanto em países teocráticos do oriente. A sociedade internacional deve relembrar, constantemente, o dever que os Estados soberanos assumiram perante as Nações Unidas de respeitar o direito à liberdade religiosa de seus cidadãos. Vale lembrar que o Irã é membro fundador das Nações Unidas.

A promoção do direito à liberdade religiosa no mundo globalizado é fundamental para a pacificação da sociedade internacional e para o equilíbrio das relações internacionais. Ao sair em defesa de Nadarkhani, a Ordem dos Advogados do Brasil está a cumprir a sua vocação mais nobre que é a defesa da democracia e das liberdades fundamentais.  Além disso, essa relevante instituição democrática, ao sair em defesa do direito universal à liberdade de consciência e de crença, contribui para que o Brasil cumpra o seu papel na pacificação da sociedade internacional. A propósito, não se pode olvidar jamais que a prevalência dos direitos humanos é um dos princípios constitucionais que devem nortear o Brasil nas suas relações internacionais. Daí o compromisso brasileiro, vinculado ao direito interno, de promover as liberdades fundamentais da pessoa humana. 

quarta-feira, março 07, 2012

Magno Malta relata encontro com embaixador do Irã, que nega condenação de pastor


O senador Magno Malta (PR-ES) informou, nesta terça-feira (6), ter conversado com o embaixador do Irã no Brasil, Ali Ghahezadeh, segundo o qual Yousef Nadarkhani, que teria renegado a fé muçulmana e se convertido ao cristianismo, tornando-se pastor, não foi condenado à morte por enforcamento. Segundo o diplomata, ele não teria sido preso por apostasia, mas por roubo e prostituição. Além disso, acrescentou que o julgamento ainda não ocorreu e que Yousef não seria reconhecido como pastor e não está preso por ser cristão. ONGs de defesa de direitos humanos e liberdade religiosa têm pressionado pela libertação de Yousef Nadarkhani.
- Saí de lá aliviado. Não vi mentira nos olhos do embaixador. Não está condenado à morte por forca. Ainda há processo em andamento e nós vamos ficar monitorando – declarou o senador, salientando o respeito com o Brasil trata pessoas de todas as confissões de fé, inclusive muçulmanos.
Malta informou ainda que nesta quarta-feira (7) a embaixada do Irã irá divulgar nota na qual reafirmará essas informações. De acordo com o parlamentar, a informação sobre a condenação por forca teria sido uma “inverdade jogada na mídia”.
O senador deu satisfação aos colegas acerca de requerimento aprovado na Comissão de direitos humanos e Legislação Participativa (CDH) que havia, inicialmente, convidado o embaixador a comparecer à comissão para falar sobre o assunto. Como isso não aconteceu, o senador foi à embaixada, juntamente com Sérgio Petecão (PSD-AC) e Lauro Antônio (PR-SE), integrantes da Frente Parlamentar pela Família, além de diversos deputados.
Segundo o senador, Mohamad Ghahezadeh disse que o vice-presidente do Judiciário do Irã, responsável no país pelos assuntos relativos a direitos humanos, está à disposição da CDH para vir ao Brasil ou se, os parlamentares preferirem, visitarem o país em busca de esclarecimentos sobre o caso.
Da Redação
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

quinta-feira, março 01, 2012

A confissão do médico que fundou a liga pró-aborto nos EUA: eles mentiram sobre o número de abortos, o número de mortes e as pesquisas. E atacavam de forma deliberada os cristãos. Era uma tática para ganhar a opinião pública.

Por Reinaldo Azevedo

Publicado em 27/02/2012
Vocês sabem que eu não sou do tipo que “esquece” determinados temas. Há leitores que reclamam um pouco disso. Lamento por estes. Considero “não esquecer” uma virtude. Já demonstrei aqui a escandalosa mentira sobre o número de mulheres mortas em decorrência de abortos clandestinos: ONGs e lobbies em favor da descriminação do aborto falam em 200 mil vítimas. Eleonora Menicucci, ministra das Mulheres, foi à ONU ser “sabatinada” (sinto vergonha até de escrever isso) e engoliu o número como verdadeiro. Faz sentido. Ela, como militante pró-aborto, ajudou a fabricá-lo. O próprio ministro da Saúde admite que esse número deve ser, no mínimo, dividido POR CEM! Também é estúpida a suposição de que se fazem um milhão de abortos por ano no país.
Abortistas exibem esses números fantasiosos e acusam de “fundamentalismo religioso” todos aqueles que ousam contestar suas mentiras, como se apenas os crentes se opusessem à prática, o que é falso. Ocorre, meus queridos, que trabalhar com números falsos e demonizar as igrejas são atitudes que integram uma atuação de caráter político, militante.
Abaixo, reproduzo trecho de uma conferência do médico americano Bernard N. Nathanson, proferida no Colégio Médico de Madri. Nathanson morreu no dia 21 de fevereiro de 2011, aos 85 anos. Foi um dos fundadores da Associação Nacional para a Revogação das Leis de Aborto, militante ativo da causa. Ginecologista e obstetra, confessou ter realizado mais de 5 mil abortos. Converteu-se, depois, em defensor incondicional da vida. A íntegra de seu texto está aqui. Peço que vocês prestem atenção às táticas às quais Nathanson admite ter recorrido para ganhar a opinião pública e a imprensa. Vejam se isso lhes lembra alguma coisa. Os entretítulos são meus. Volto depois.
É preciso trabalhar com números mentirosos – “É uma tática importante. Dizíamos, em 1968, que na América se praticavam um milhão de abortos clandestinos, quando sabíamos que estes não ultrapassavam cem mil, mas esse número não nos servia e multiplicamos por dez para chamar a atenção. Também repetíamos constantemente que as mortes maternas por aborto clandestino se aproximavam de dez mil, quando sabíamos que eram apenas duzentas, mas esse número era muito pequeno para a propaganda. Essa tática do engano e da grande mentira se se repete constantemente acaba sendo aceita como verdade.”

É preciso ganhar os meios de comunicação e a universidade – “Nós nos lançamos para a conquista dos meios de comunicações sociais, dos grupos universitários, sobretudo das feministas. Eles escutavam tudo o que dizíamos, inclusive as mentiras, e logo divulgavam pelos meios de comunicações sociais, base da propaganda. É importantíssimo que vocês se preocupem com os meios de comunicações sociais porque, segundo explicam os fatos, assim se infiltrarão as ideias entre a população. Se na Espanha esses meios não estão dispostos a dizer a verdade, vocês se encontram na mesma situação que criamos nos EUA, em 1968/69, quando contávamos através desses meios todas as mentiras que acabo de mencionar.”

É preciso apresentar pesquisas falsas – “Outra prática eram nossas próprias invenções. Dizíamos, por exemplo, que havíamos feito uma pesquisa e que 25 por cento da população eram a favor do aborto e três meses mais tarde dizíamos que eram 50 por cento, e assim sucessivamente. Os americanos acreditavam e como desejavam estar na moda, formar parte da maioria para que não dissessem que eram ‘atrasados’, se uniam aos ‘avançados’. Mais tarde fizemos pesquisas de verdade e pudemos comprovar que pouco a pouco iam aparecendo os resultados que havíamos inventado; por isso sejam muito cautelosos sobre as pesquisas que se fazem sobre o aborto. Porque apesar de serem inventadas têm a virtude de convencer inclusive os magistrados e legisladores, pois eles, como qualquer outra pessoa, leem jornais, ouvem rádio e sempre fica alguma coisa em sua mente.”

É preciso satanizar os cristãos – “Uma das táticas mais eficazes que utilizamos naquela época foi o que chamamos de ‘etiqueta católica’. Isso é importante para vocês, porque seu país é majoritariamente católico. Em 1966, a guerra do Vietnã não era muito aceita pela população. A Igreja Católica a aprovava nos Estados Unidos. Então escolhemos como vítima a Igreja Católica e tratamos de relacioná-la com outros movimentos reacionários, inclusive no movimento antiabortista. Sabíamos que não era bem assim, mas com esses enganos pusemos todos os jovens e as Igrejas Protestantes, que sempre olhavam com receio a Igreja Católica, contra ela. Conseguimos inculcar a ideia nas pessoas de que a Igreja Católica era a culpada da não aprovação da lei do aborto. Como era importante não criar antagonismos entre os próprios americanos de distintas crenças, isolamos a hierarquia, bispos e cardeais como os ‘maus’. Essa tática foi tão eficaz que, ainda hoje, se emprega em outros países. Aos católicos que se opunham ao aborto se lhes acusava de estar enfeitiçados pela hierarquia e os que o aceitavam se lhes considerava como modernos, progressistas, liberais e mais esclarecidos. Posso assegurar-lhes que o problema do aborto não é um problema do tipo confessional. Eu não pertenço a nenhuma religião e em compensação estou lhes falando contra o aborto.

“Também quero dizer-lhes que hoje nos Estados Unidos a direção e liderança do movimento antiabortista passou da Igreja Católica para as igrejas protestantes. Há também outras igrejas que se opõem, como as ortodoxas, orientais, a Igreja de Cristo, os batistas americanos, igrejas luteranas, metodistas da África, todo o islã, o judaísmo ortodoxo, os mórmons, as assembleias de Deus e os presbiterianos. Outra tática que empregamos contra a Igreja Católica foi acusar seus sacerdotes, quando tomavam parte nos debates públicos contra o aborto, de meter-se em política e de que isso era anticonstitucional. O público acreditou facilmente, apesar de a falácia do argumento ser clara.”

Azevedo então comenta: “Restringir as críticas à descriminação ou legalização às igrejas é só uma farsa persecutória duplamente qualificada: (a) em primeiro lugar, é mentirosa, porque há pessoas que se opõem à legalização do aborto e são ateias ou agnósticas; (b) em segundo lugar e não menos importante, os crentes têm o mesmo direito de opinar dos não crentes; constituem, aliás, a maioria das sociedades. Isso não lhes confere, na democracia, o direito de calar a minoria, mas também não confere à minoria o direito de cassar a voz majoritária. [...] Trabalhar com números falsos e demonizar as igrejas são atitudes que integram uma atuação de caráter político, militante.”
........................
Nota do Blog: A mesma estratégia continua em uso. Basta ler a seguinte matéria publicada na revista Carta Capital

Amazing Grace

Um grande amigo, Dr. Vandir Nascimento, enviou-me a seguinte mensagem:


“Nada melhor do que ouvir este "Amazing Grace" apresentado por "IL
DIVO", no Coliseu, em Roma.

Cabe lembrar que este conhecido hino cristão foi composto pelo inglês John Newton (1779).

Conta a história que depois de um curto tempo na Marinha Real,
Newton desviou a sua carreira para atuar como traficante de escravos.

Porém em uma de suas viagens, seu navio foi atingido por uma tempestade, e logo após ele ter deixado o convés, o marinheiro que o substituíra foi jogado ao mar. Retomando o timão, guiava a embarcação sentindo-se muito fragilizado, indefeso, desamparado, e que somente uma Graça de Deus poderia salvá-los naquele momento.

O que de fato aconteceu.

Por esta dádiva, e pelo que havia lido no livro Imitação de Cristo, de Tomás Kempes, abandonou o tráfico, tornou-se cristão, o que o levou a compor a presente canção "Amazing Grace" (Graça Maravilhosa).

Newton então muito batalhou e influenciou na libertação dos escravos, e na extinção do tráfico por navios negreiros na Inglaterra. E agora,
"enjoy" a bela apresentação, justamente no Coliseu, histórico cenário onde tantos cristãos foram sacrificados.”


domingo, fevereiro 26, 2012

Irã: Cristão pode ser executado por enforcamento


Jornal Nacional
Edição do dia 23/02/2012
23/02/2012 21h50 - Atualizado em 23/02/2012 21h50
Homem convertido ao cristianismo é condenado à morte no Irã
O pastor evangélico Youssef Nadarkhani foi preso, acusado de abandonar a fé islâmica. Decisão da justiça iraniana provocou indignação internacional.

Uma decisão da justiça do Irã provocou indignação internacional e protestos de defensores da liberdade de religião. Um homem que se converteu ao cristianismo foi condenado à morte.

Youssef Nadarkhani foi preso em 2009 porque não quis que os filhos estudassem o livro sagrado dos muçulmanos - o Alcorão.

Ele se tornou cristão aos 19 anos de idade e três anos depois, já pastor evangélico, fundou uma pequena comunidade cristã na cidade de Rasht, a noroeste de Teerã.

Nadarkhani foi preso, acusado de abandonar a fé islâmica, e recebeu a sentença máxima: morte por enforcamento.

Durante três anos, o caso foi examinado por cortes superiores iranianas. A esposa de Nadarkhani também foi detida, chegou a ser condenada à prisão perpétua, mas depois foi solta. O pastor, por três vezes, recebeu proposta de abandonar o cristianismo e voltar para o islã, em troca da suspensão da pena de morte. Youssef Nadarkhani não aceitou.

Segundo o Centro Americano de Lei e Justiça - uma organização que defende a liberdade religiosa nos Estados Unidos e acompanha o caso de Youssef - a sentença foi confirmada pelo governo iraniano e a ordem de execução foi dada.

Jordan Sekulow, diretor do centro, vem divulgando em um programa de rádio a perseguição contra Nadarkhani.

"Não sabemos se ele ainda está vivo nesse momento" diz Sekulow. "A ordem de execução não é divulgada publicamente. A única coisa que pode salvar Nadarkhani", ele diz "é a pressão internacional, principalmente de países como o Brasil, que tem boas relações diplomáticas com o Irã".

Fonte: Portal de Notícias G1 da Globo

Dois pesos e duas medidas para liberdade de expressão


Enquanto no Brasil o STF decide que a marcha da maconha é amparada pela liberdade de expressão, um padre é preso nos Estados Unidos por se manifestar contra o aborto. Ora, o direito de expressão do pensamento é praticamente absoluto e a sua restrição deve ocorrer excepcionalmente apenas. Por que dois pesos e duas medidas? Nenhum tema deve ficar imune ao debate racional e pacífico. Por que certos assuntos como o aborto não podem ser discutidos de forma mais ampla, mostrando as duas faces do problema: autonomia da vontade da mulher e o direito à vida?

Intolerância: Liberdades fundamentais violadas por instituição de ensino


Ao recusar o trabalho acadêmico com um agradecimento a Deus, além de violar a liberdade de consciência e de crença ocorreu também o cerceamento da liberdade de expressão. O cidadão deve ser livre para expressar o seu pensamento religioso. Felizmente o ato de intolerância foi revisto e o trabalho foi aceito com a referência a Deus. 


domingo, fevereiro 12, 2012

Artigo: Desigualdade de direitos fundamentais no Irã


Por Aldir Guedes Soriano
Artigo originalmente publicado da Revista Consulex de 15 de dezembro de 2011

Embora o Irã faça parte das Nações Unidas e figure como signatário de alguns tratados internacionais de direitos humanos, reiteradamente desrespeita o dever de tratar com igualdade os seus cidadãos. O texto do Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 – “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos” – foi completamente olvidado no país de Armadinejad. 
Ocorre que, a partir da Revolução de 1979, o Irã adotou a Lei Islâmica – Sharia Law – como fundamento jurídico do Estado. Nesse contexto teocrático de fusão entre a Mesquita e o Estado, a lei civil e a Constituição devem, obrigatoriamente, se conformar com a lei religiosa, muçulmana e xiita. Por conseguinte, os cidadãos não muçulmanos são tratados conforme a categoria a que pertençam.
Existem, atualmente, cidadãos de primeira, de segunda e até mesmo de terceira classe na República Islâmica do Irã. O que os diferencia perante a lei não é o nível socioeconômico, a etnia, muito menos a cor da pele, mas somente a identidade de gênero e a religião que professam. Somente os muçulmanos xiitas do sexo masculino pertencem à primeira classe de cidadãos iranianos.
Mesmo na condição de cidadãos de primeira classe, os muçulmanos do sexo masculino não podem exercer um direito fundamental, amplamente difundido no mundo ocidental: mudar de religião. Assim sendo, o Pastor Youcef Nadarkhani, que se converteu do islamismo para o cristianismo, pode ser punido com a morte se não renunciar a sua nova crença religiosa.
A Constituição iraniana reconhece o judaísmo, o cristianismo e o zoroastrismo como religiões, contudo, os seus seguidores não podem exercer plenamente os direitos à liberdade de consciência e de crença. Os seguidores dessas religiões são cidadãos de segunda classe, pois podem pagar com a própria vida se tentarem converter um muçulmano ou se fizerem qualquer crítica ao profeta Maomé ou à religião estatal. Não há plena liberdade religiosa para essas pessoas, na medida em que não podem fazer seguidores.
Segundo Paul Marshall, há duas categorias de não muçulmanos. Se um muçulmano praticar o assassinato de um cristão, judeu ou zoroastrista, deverá apenas “pagar pelo sangue” (to pay blood money). Se ele, contudo, matar um bahá’í, ficará livre até mesmo da punição de pagar pelo sangue e sairá impune pelo crime praticado. Os bahá’ís, no Irã, são tratados como cidadãos de terceira classe.1 Paulo Delgado relata o caso de um oficial iraniano, preso após atingir um soldado na nuca, mas que fora imediatamente posto em liberdade no momento em que se constatou que se tratava “apenas de um bahá’í”.2

MINORIAS EM RISCO                                   
Todos aqueles que não são muçulmanos xiitas e do sexo masculino encontram-se em situação de risco no território iraniano, porquanto as suas mais elementares liberdades são cerceadas pelo governo. O sistema judicial dos aiatolás aplica penas severas aos dissidentes religiosos e às mulheres apanhadas em adultério. São comuns as penas de afogamento, enforcamento, amputação de membros e apedrejamento. Cidadãos de segunda e terceira classe são perseguidos, e por vezes presos e mantidos em condições precárias. Com frequência são submetidos a diversas formas de tortura como a privação de alimentos e água, o açoitamento e a cruel extração forçada de unhas e dentes.

CERCEAMENTO DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Os bahá’ís sempre foram perseguidos no Irã. Em 1930, foram proibidos de manter os seus próprios estabelecimentos de ensino e, com isso, tiveram que enviar os seus estudantes para as escolas e universidades públicas, onde eram alvos de constantes discriminações e também de perseguições religiosas. Após a Revolução Islâmica, acima mencionada, as perseguições se intensificaram. Em 1981, adveio um decreto proibindo a admissão de estudantes e professores bahá’ís nas universidades, e aqueles admitidos anteriormente foram expulsos das instituições de ensino.
Diante da falta de acesso ao ensino superior, alguns educadores bahá’ís passaram a ensinar informalmente alguns de seus alunos, mas até mesmo esse ensino informal não foi admitido pelo regime teocrático iraniano. Em outubro de 2011, um juiz da Corte Revolucionária de Teerã condenou sete educadores bahá’ís à pena de prisão, simplesmente por ensinar, informalmente, alguns estudantes que não têm a oportunidade de frequentar a universidade.

JIHAD E DHIMMITUDE
A discriminação contra os não muçulmanos é assunto completamente ignorado pela população ocidental. Há dois institutos que explicam, mas não justificam esse fenômeno amplamente observado nos Estados teocráticos.
Bat Ye’or observa que “embora exista ligação entre Jihad e Dhimmitude, os institutos formam dois domínios separados. O primeiro representa a coleção de princípios, estratégias, táticas de guerra e conquistas, baseado nas ideias religiosas muçulmanas relacionadas com os infiéis. O segundo representa o corpo de leis que o Estado islâmico impõe à população não muçulmana no território conquistado e islamizado através da Jihad.” É assim que o Islã tem procedido por séculos: 1) promovendo a “guerra santa” e 2) submetendo as populações dos territórios conquistados à condições absolutamente discriminatórias e degradantes.3
Assim, segundo a autora citada, Dhimmitude é o regime jurídico discriminatório imposto aos não muçulmanos nos países islamizados ou conquistados para o Islã. O regime teocrático impõe diversas proibições e obrigações aos infiéis.
Para a erudita Bat Ye’or, os Dhimmis, “Protegidos”, “infiéis”, não muçulmanos, que são tratados como cidadãos de segunda classe ou terceira classe – estão sujeitos às seguintes proibições: (i) carregar ou possuir armas; (ii) levantar a mão contra um muçulmano; (iii) criticar o Islã, o Profeta ou os Anjos; (iv) mudar de religião, exceto para Islã; (v) estabelecer matrimônio ou concubinato com mulher muçulmana; (vi) aproximar-se de mesquitas ou cidades veneradas, para que não haja contaminação; e (vii) usar vestimentas similares às dos muçulmanos. Além disso, os “Protegidos” são obrigados a: (i) viver separados dos muçulmanos; (ii) habitar casas mais baixas do que as dos muçulmanos; (iii) praticar suas religiões secretamente e em silêncio; (iv) enterrar seus mortos rapidamente; (v) abster-se de mostrar em público objetos como cruzes, faixas e textos religiosos; (vi) distinguir-se dos muçulmanos pelo aspecto exterior; (vii) usar roupas distintivas, com a cor especificada para cada grupo de dhimmis, v.g., judeus, cristãos e samaritanos; e (viii) aceitar insultos sem replicar.4
A Declaração do Cairo sobre Direitos Humanos do Islã, de 1990, estabelece claramente que os direitos humanos devem se submeter à Lei Islâmica (Sharia), como observa Littman.5 Assim, os Dhimmis não podem invocar os direitos humanos em países como o Irã porque a Lei Muçulmana (Sharia) tem prevalência em face da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de eventuais tratados internacionais de direitos humanos, ainda que ratificados. Isso pode ser considerado como patologia do direito internacional.

CONCLUSÃO
Os institutos islâmicos – Jihad e Dhimmitude – são incompatíveis com o modelo ocidental, democrático e liberal. Nos Estados islâmicos teocráticos, a separação entre a Mesquita e o Estado é algo impensável, segundo a religião, a jurisprudência e o direito islâmico. Nesse contexto, o direito e a religião são indissociáveis. O preceito religioso é, também, norma jurídica. Além disso, a desigualdade de gênero e a falta de afinidade com as liberdades de expressão e de religião estão enraizadas nas tradições culturais maometanas.
A democracia liberal foi uma das maiores conquistas da civilização ocidental. Nesse contexto é possível conjugar, de forma razoável, igual liberdade para todos, independentemente de raça, etnia, cor, gênero e religião.
Como observou Maristela Basso6, a Primavera Árabe pode se transformar em Inverno Islâmico. Países como a Líbia e o Egito estão a um passo para seguir o mesmo caminho do Irã, transformando-se em Estados teocráticos. Para muitos cristãos egípcios e libaneses, o que seria aprazível primavera já se converteu em rigoroso inverno de perseguições, violências e mortes.  
A reação da comunidade internacional diante das violações de direitos humanos que acontecem no Irã é muito importante. Segundo Paulo Delgado, as inúmeras resoluções das Nações Unidas contra as violações praticadas pelo Irã contribuíram para o declínio do número de Bahá’ís executados após a onda de perseguição decorrente da Revolução Islâmica.
Talvez exista mesmo um choque de civilizações entre o modelo democrático e liberal do ocidente e o modelo teocrático do islamismo radical e fundamentalista. 


NOTAS
1 MARSHALL, Paul A. Religious Freedom in the World. Nashville: Rowman & Littlefield Publishers, 2007, p. 208.
DELGADO, Paulo. Discurso sobre a Comunidade Internacional Bahá’í. Brasília: Câmara dos Deputados, 2000, p. 32. 
3 YE’OR, Bat. Historical Amnesia: Naming Jihad and Dhimmitude. In: The Myth of Islamic Tolerance: how Islamic Law treats non-muslims (Edited by Robert Spencer). New York: Prometheus Books, 2005, p. 107. A autora explica detalhadamente a origem dos institutos e oferece vastíssima documentação e textos jurídicos islâmicos. Cf. YE’OR, Bat. The Dhimmi: jews & christians under Islam. Cranbury: Fairleigh Dickinson University Press, 2005, p. 51 e segs.
4 YE’OR, Bat. Dhimmi Peoples: oppressed Nations. In: The Myth of Islamic Tolerance: how Islamic Law treats non-muslims. Op. cit., p. 118-119.
5 LITTMAN, David. Universal Human Rights and “Human Rights in Islam”. In: The Myth of Islamic Tolerance: how Islamic Law treats non-muslims. Op. cit., p. 317-331.
6 Cf. noticiado em jornal da TV Cultura.